terça-feira, 21 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
viajar para fugir
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
'No Strings Attached'
Por vezes quando crescemos apercebemo-nos que temos a opção "no strings attached", e aproveitar o momento.... será que é a melhor opção??? Os amigos dizem-nos isso e queremos acreditar que sim apesar de parece uma cena saida do Sexo e a Cidade, Samantha style ..... e apesar de conseguirmos ser suficientemente frios sobre o assunto, resta saber se é a melhor opção? ou será que quando temos "no strings attached" um dos dois acaba por criar strings ou simplesmente acaba confundir tudo, deixar de falar com o outro porque não consegue separar as águas? Separar as águas é decididamente a melhor opção, como adultos que somos, mas é preciso ser duro e frio em relação ao momento.... será que somos? ou vale apenas envolvermo-nos com pessoas com as quais sabemos que poderemos ter uma relação?
Ainda não sei..... ainda nao formei opinião sobre este assunto.... ainda me confunde muito
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
viver na realidade harry potter
em conversa com uma amiga tive este brilhante comentario.... que devo dizer que nao se deve a nenhum copo de vinho nem a nada que faça rir, penso que apenas a excesso de horas ao computador e a ver filmes..."penso que as pessoas so estao em sintonia durante o tempo que é necessario para aprenderem com a relaçao e evoluirem, depois estao fora da sintonia.... como se um estivesse a viver num horario do canada e outro do brasil ate encontrarmos alguem que na realidade tambem vive na nossa hora e realidade e ai tudo se encaixa ate la, estamos a viver em varias realidades, como o harry potter, varias realidades dentro de uma so em que todos se tentam entender mas ninguem se entende realmente"
Seriously??!!!!
ha alturas na vida que nao sabemos se devemos rir ou chorar
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Pick me, choose me, love me
("palavras que nunca te direi" ja dizia o titulo do outro filme ....deveriam ter sido ditas ha muitos anos atrás mas que nunca foram, nem serão ditas e que por esse motivo ficou tudo tão confuso durante tanto tempo..... mas agora ja está tudo percebido e a vida continua)
“O homem que é firme, paciente, simples, natural e tranquilo está perto da virtude.”
Decisão no minino curiosa, porque se por um lado temos medo de cometer uma grande argolada, por outro achamos que sem isso de nada vale ter ficado tudo tão claro na nossa mente.....
Claro que o nosso pensamento pode estar completamente confuso.... mas se calhar se nunca arriscarmos nunca saberemos
Esta é uma passagem de um filme PS I love you, que me faz recordar uma dessas situações que a vida nos apresenta:
Gerry Kennedy: [after their kiss in Ireland] Where are you going?
Holly Kennedy: Stay.
Gerry Kennedy: You have my jacket.
Holly Kennedy: I'm keeping it unless we meet again, otherwise that will be the most perfect kiss ever shared by two strangers
Gerry Kennedy: I bet we will meet again.
Holly Kennedy: You better win that bet, because if we do, that'll be the end of it.
Gerry Kennedy: The end of what?
Holly Kennedy: Life as we know it.
Gerry Kennedy: I'm singing at this...
Holly Kennedy: Shh, if I happen to walk into the right one in the right town.
Gerry Kennedy: What's your name?
Holly Kennedy: No.
choose
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
acertei no alvo?
em que ano estamos mesmo?
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Billie Jean
apresantado por uma amiga minha MJ, tinha que partilhar aqui: Billie Jean by Aloe Blacc & The Grand Scheme
say when
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
eu penso positivo porque estou viva
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz."
Alberto Caeiro
si ka badu ka ta biradu
às vezes conhecemos pessoas que não sabemos porquê nem como sentimos sintonia e queremos saber mais daquela vida porque sentimos uma enorme empatia.... somos cativados.... penso que é um bocado como principezinho e a rapousa em que cada vez que falavam cativavam-se, como amigos, e quando se separaram .... bem para quem nunca leu deixo um pedaço do texto que se encontra disponivel na internet:
"No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.- Então, não sais lucrando nada.
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo."
de Saint Exupery
O cabelo do principezinho é da mesma cor do trigo e sempre que ela olhasse para o trigo iria lembrar-se do principezinho e de todas as boas memorias dos sitios que associava a ele e das conversas que tiveram. Penso que temos muito a aprender com este texto porque tal como com as pessoas que conhecemos, aprendemos sobre os outros mas sobretudo sobre nos... ajuda-nos a encontrar novos caminhos... tudo na vida é incerto e quem cativa e deixa-se ser cativado... penso que é como se fosse uma dança a par, ha cumplicidade, ha alegria, ha partilha e depois a musica termina e é como se tudo o vento levasse, vai cada um para seu lado, mas aquele momento ficará para sempre nas suas vidas e memorias.... e esperamos sempre voltar a estar com aquela pessoa ou naquele local mas se não voltarmos, bem então ai é como no filme Casablanca "teremos sempre Paris"
Dedicado: a todos os que conheci e com quem aprendi muito em Bali, espero brevemente voltar, mas se não voltar, neste caso "teremos sempre Bali"
"si ka badu ka ta biradu" é crioulo de Cabo Verde e significa que "é preciso ir para poder voltar"
sábado, 20 de novembro de 2010
Jorge Bucay em entrevista
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
a ti avó
consciência o que te devo...
sábado, 13 de novembro de 2010
Expectativas
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
vidas....
... e chegamos aquela fase da vida em que não aceitamos de animo leve palavras, acções ou coisas com que não concordamos... nesta fase começamos a fazer novos amigos a despedirmo-nos dos antigos que já não fazem parte da nossa vida actual por termos seguido caminhos muito diferentes... aquelas pessoas foram importantes e nos para elas, para ambas crescermos, mas a vida tomou novos rumos... crescemos e seguimos em frente e aprendemos muito... Não vou dizer que nao temos saudades dessas pessoas pela importancia que tiveram nas nossas vidas, mas o presente é o que mais conta.... o mesmo se aplica as paixões e amores das nossas vidas, todas fizeram parte de uma das nossas diversas vidas, mas hoje somos uma nova pessoa e apesar delas ainda fazerem parte da nossa mente é como a musica diz, fazem parte até encontrarmos outra pessoa... porque quando encontramos, fechamos essa gaveta do passado e abraçamos o presente.... porque o presente está a bater à nossa porta e é preciso abri-la...
Dedicado a H, M.T. e tantos outros amigos que seguiram outras rotas e dos quais perdi contacto.... pela importancia que tiveram na minha vida, cada 1 na sua escala temporal ... mas a vida segue diferentes percursos e as nossas escolhas fazem-nos abraçar um novo presente e um novo futuro
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
sozinhos no novo caminho
terça-feira, 9 de novembro de 2010
All right
Donavon Frankenreiter - All Right (Glow 2010)... é a minha musica de eleição hoje, faz fluir as boas energias e pensar positivo porque tudo o que é bom pode passar mas o mau tambem passa por isso cabeça erguida sorriso na cara e lalalalalala it's going to be all right
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Last Request
Musica de Paolo Nutini. Tinha de partilhar com a turminha esta musica....one last request é o que muitos de nós queremos fazer, a um namorado, a um amigo, a Deus.... tantas vezes dizemos, este é o ultimo pedido que te faço, quando na realidade sabemos que nunca é o ultimo pedido a não ser que essa pessoa desapareça permanentemente das nossas vidas... e ai os pedidos ficam ali, na nossa mente, no nosso coraçao, a vida continua e os pedidos e os actores mudam, mas a questão que fica é se aprendemos com tudo aquilo... bem no que toca a Deus, como esta sempre presente nas nossas vidas, será sempre o pobre coitado (com todo o respeito) que terá que aguentar com as nossas lamurias e pedidos egoistas, egocentristas....
Mas será que pedir é totalmente mau, ou será que nos poderá levar para um rumo melhor e mais positivo para nós..... I just want you closer... grant my last request, and just let me hold you... sure I can accept that we're going nowhere, but one last time let's go there, lay down beside me.... but I'm no wiser than the fool I was before... tell me how can , how can this be wrong?
domingo, 7 de novembro de 2010
cultura....
Quando, ainda criança, o sr. António Antunes assiste a um cortejo fúnebre e se aproxima da ideia da morte pela primeira vez, a prima põe-lhe a mão na testa e diz: «Quando cresceres compreendes» (página 31). Mas ela está a mentir, não está? Nós nunca compreendemos.Nunca compreendemos. Há uma história engraçada do Walt Whitman. Ele estava num velório e havia uma criança ao pé dele. Agarrou na miúda, mostrou-lhe o caixão e perguntou: «Tu não percebes? Eu também não.» É uma incompreensão perante a morte... Eu nunca tinha visto morte. Vi esse enterro de criança, em Nelas, e não voltei a vê-la: eu era o filho mais velho de dois filhos mais velhos, os meus avós tinham 40 anos. Só voltei a vê-la quando entrei na faculdade de Medicina, no teatro anatómico, tinha acabado de fazer 17 anos. E pensei: não sou capaz de ver, não sou capaz de olhar. É uma total incompreensão para mim.
Escrever sobre a morte é um modo de tentar compreender?Nunca ninguém morre nos meus livros, passam é a viver de maneira diferente. O meu pai, depois de morrer, continuou a mudar, a existir dentro de mim. E continuámos a falar. Até que chega uma altura em que estamos em paz e o nosso diálogo é de tal maneira perfeito que nem sequer necessitamos de palavras. E depois sentimos que estamos a viver também por eles. Eu estou a viver pelas pessoas de quem gostei e que, para mim, continuam vivas. Mas, ao mesmo tempo, quando escrevemos, estamos tão ocupados a resolver os problemas técnicos que não sabemos muito bem para onde estamos a ir. Claro que não é escrita automática, mas... Estamos a querer dizer a vida toda. E, no fundo, talvez seja a única maneira que nós temos de vencer a morte. Não sei. Há uma coisa muito mais importante do que o talento: é a bondade. E como, para mim, o defeito mais grave é a ingratidão, a única coisa que eu sempre achei que tinha era a capacidade de escrever coisas em que pudesse dar às pessoas de quem gostava aquilo que não era capaz de lhes dar. Por pudor, por vergonha, por cobardia, talvez, por estupidez. Está a ver? Tomem lá, isto sou eu. Tomem. É para vocês. É um presente que eu fiz. Quando um dos meus irmãos era pequenino, o meu pai fez anos e o presente que o miúdo lhe deu foi uma torrada embrulhada num guardanapo de papel. Nunca vi o meu pai tão comovido. Uma vez, uma das minhas filhas, quando era pequenina, deu-me 25 tostões, nos meus anos. Foi o melhor presente que me deram. Estou a dizer isto e estou a comover-me porque [pausa] nunca me deram tanto dinheiro.
Há um momento no livro em que o sr. António Antunes diz: «Não faz sentido eu morrer» (pág. 53). Na crónica que publicou aqui, na Visão, depois de ter sido operado, António Lobo Antunes escreveu: «Quero ficar sozinho a medir isto, a minha doença, a minha mortalidade, o meu pasmo.» Tanto o autor como a personagem são tomados pelo mesmo espanto. A morte é a circunstância mais corriqueira da existência, mas surpreende-nos a todos.O que senti nessa altura foi: «Estão a brincar comigo, não sou eu. Um cancro? Não.» Mas quando comecei a pensar em escrever o livro decidi fazer uma coisa que nunca fiz: usar uma falsa terceira pessoa. E jogar com os tempos. Porque a carga emocional era tão forte que tinha de me servir de uma série de artifícios técnicos para me ser menos penoso escrever. Para não me comover tanto, para não me emocionar tanto, para não sofrer tanto.
Interpor um filtro de técnica entre o coração e página.Exactamente. Embora, para escrever, tenhamos de ter o coração aberto mas, ao mesmo tempo, todo o conhecimento. Quando eu acabei o curso, havia um professor de cirurgia que era muito bom. Dizia o que tinha a dizer e depois: «Agora esqueçam tudo e vão lá para dentro.» Porque o conhecimento técnico acaba por ser internalizado. E nós, quando estamos a escrever, estamos a aprender a escrever, também, porque qualquer livro bom é um livro sobre como escrever. Qualquer bom escritor está a ensinar-nos a lê-lo. Por exemplo, eu aprendi a ler o Conrad com o Conrad. Ao princípio, não percebia nada, parecia-me uma confusão. O Gogol. Aprendi a lê-los com eles. O Dylan Thomas, que, à primeira vista, parece uma catadupa de imagens sem sentido. E não é. É muito mais que isso, somos nós todos. E então, a minha gratidão para com os artistas é imensa. A melhor crítica de pintura que eu conheço foi feita quando o Théophile Gautier foi ao Prado ver As Meninas. O gajo olhou e disse: «Mais où est le tableau?» Onde é que está o quadro? É quando o livro deixa de ser livro para se tornar nós - nós, leitores. Acontece-me tanto. Às vezes a gente descobre um bom escritor. Descobri, há relativamente pouco tempo, o Cormac MacCarthy. Muito bom. O Kosztolányi, o húngaro. Muito bom. Eles escreveram só para mim. Os outros exemplares trazem coisas diferentes. Eu não gosto de emprestar livros, porque o meu exemplar é que é. Como acho que O Monte dos Vendavais foi escrito só para mim. Ela está a falar comigo, ela conhece-me. Ela conhece-me.
Há outro livro de um escritor português - aliás, seu amigo -, José Cardoso Pires, também escrito a partir de uma situação em que o autor se confronta com a morte, que se chama De Profundis, Valsa Lenta. «De profundis» são as primeiras palavras do salmo 130. «Sôbolos rios que vão» são as primeiras palavras de um poema de Camões que é uma glosa do salmo 137. É uma coincidência que dois ateus, quando colocados perante a morte, invoquem a Bíblia?Eu acho que não há ateus. Não há, não acredito que haja. Há um provérbio húngaro muito antigo que diz: «Não há ateus na cova no lobo.» E há outro que eu acho do caraças, que é: «Qualquer bocadinho acrescenta, disse o rato, e fez chichi no mar.» É magnífico, não é? Talvez seja isso que nós fazemos. Fazemos chichi no mar mas, porra, acrescentámos. Isso dá-nos algum consolo. Mas são duas situações muito diferentes. O Zé podia ser meu pai, quase, e, no entanto, era o melhor amigo que eu tinha. Era um homem excecional. Telefonava todos os dias. Era um homem duro, cheio de arestas. Uma vez mostrou-me uma coisa do Redol, que era uma pessoa que ele admirava muito. Eu lia os livros do Redol e não gostava nada. E um dia percebi. Ele mostrou-me uma carta que o Redol, que estava a morrer em Santa Maria quando eu era estagiário, lhe escreveu. Uma carta em papel timbrado de um hotel. O timbre era uma coisa muito pomposa. E o Redol despede-se. Zé, nunca mais te vou ver, fui muito teu amigo, e tal...P.S.: Já viste papel de carta com mais mania? O Zé disse: «Foi a única vez que eu chorei como uma criança.» E o Zé, quando chega a altura do De Profundis, escreveu aquele livro pequeno porque já não era capaz de o escrever grande. Foi muito diferente disto, porque eu estava cheio de força quando estava a escrever o livro, embora me tenha custado muito. Eu li, há dias, uma entrevista do escritor [José] Rodrigues dos Santos, julgo que na Visão, em que ele dizia que, se o escritor não tem prazer em escrever, o leitor não tem prazer em ler. Qualquer coisa desse género. Meu Deus... O Zé dizia: «É preciso que a gente sofra para que o leitor tenha alegria.» Lembro-me sempre daquele primeiro verso do Endymion, do Keats: «Uma coisa bela é uma alegria para sempre.» O que eu devo aos livros, e à pintura, e à música... O que eu devo ao André Brun...
Ao André Brun?O André Brun foi comandante do meu avô, na guerra, era oficial do exército. O meu avô dizia que era um homem de uma coragem extraordinária. E depois ficaram amigos. Ele morreu relativamente cedo, e o meu avô contava, comovido, que, na última vez que o visitou, perguntou-lhe: «Então, André, como vais?» E ele respondeu: «Olha, se calhar vou de casaca.» E tinha lá os livros todos do André Brun. O que aquele homem trouxe aos meus 10 anos foi imenso. E era um humorista. Tem um livro passado nas trincheiras onde consegue fazer humor com situações muito complicadas, de vida ou de morte. O que eu devo às Selecções do Reader's Digest que havia em casa dos meus avós. Perguntam a um escritor: quem foram os autores influentes para si? Homero, ou este, ou aquele, ou aqueloutro. É mentira, isto.
Quem são os seus?A mim, o que me deu vontade de escrever foram o Almanaque Bertrand, o Pato Donald, O Mandrake... Foi por causa disso que eu comecei a escrever. Estava sozinho, escrevia, e depois é um milagre, para uma criança, que as palavras, postas à frente umas das outras, façam sentido. Até que descobrimos que há uma diferença entre escrever bem e escrever mal. E aí, pelos 20 anos, descobre-se que, entre escrever bem e uma obra-prima, há uma diferença ainda maior, e que só vale a pena escrever para ser o melhor. Para dizer aquilo que nunca foi dito. Como é que eu hei-de explicar? Eu sinto-me um elo de uma corrente que começou muito antes e acabará muito depois. E quem é que escreve? Quando escrevemos, quem é que escreve? Quem é que, através da nossa mão, se exprime? Quem? Não sei. A gente só tem perguntas, e quando encontra respostas elas transformam-se em novas perguntas. Então, nunca faremos o livro que queremos, porque pode-se sempre ir mais longe. E, se conseguirmos trazer uma coisa que achamos nova, percebemos que essa coisa é uma porta que dá para outra coisa ainda, e outra, e outra, e outra...
Quem é que o António lê hoje?Nós temos poetas contemporâneos de grande qualidade. O Vasco Graça Moura é um grande poeta. Um, que descobri há relativamente pouco tempo: Manuel António Pina. É muito bom. António Franco Alexandre. É muito bom. E estou a esquecer-me de nomes. Pedro Tamen. Infelizmente nas traduções de poesia, essa qualidade não passa. Mas eu gosto tanto de ser português, pá. Gosto de Portugal. No aeroporto, conheço logo a bicha do avião que vem para Portugal: são os mais feios, mais pequenos, mais escuros. Mas gosto. Gosto do nosso mau gosto. Gosto. Há um lado meu que adora essas coisas: cães de faiança, molduras de talha. Gosto. Quadros de palhacinhos a chorarem, de gatinhos a saírem de botas. Gosto. Um livro sem mau gosto é mau.
Em De Profundis, José Cardoso Pires fica sem memória; em Sôbolos Rios Que Vão, a memória é tudo o que resta ao sr. António Antunes. É mais cruel perder a memória ou conservá-la, sabendo que, como diz o poema de Camões que dá título ao seu livro, «todo o bem passado...»Ah, sim, «...não é gosto, mas é mágoa». [Pausa.] Não sei responder. Era uma mistura de emoções. [Pausa.] Sabe, na semana passada, disseram-me da editora que uma senhora que tem um cancro em fase terminal gostava que eu lhe assinasse os livros. Ou, o ano passado... recebi um telefonema de França. «Está? Chamo-me Jean Daniel.» Jean Daniel era um ídolo da minha juventude. Diretor do Nouvel Observateur. Foi através da crítica literária do Nouvel Observateur que vim a saber do boom sul-americano, que estava a acontecer nessa altura. Portanto, era um homem a quem eu devia muito. E o senhor telefona-me e diz: «Eu tenho 89 anos e gostava de o conhecer antes de morrer.» Isto é tudo tão comovente, não é? Tenho tido muita sorte. E depois são os amigos desconhecidos. No outro dia, estava à procura de uma rua até que entrei num cafezinho pequeno para perguntar. Dois homens levantaram-se e levaram-me lá. O que isto vale... Diga lá se uma pessoa merece isto... Não merece. Tinham lido os livros, é extraordinário.
No segundo capítulo, o da operação, o jogo com os tempos de que falava há pouco é mais intenso. Há uma espécie de «chuva oblíqua» entre Nelas e o hospital em que, ainda mais do que no poema do Pessoa, é evidente que o tempo passado e o tempo presente se misturam e criam um outro tempo, um terceiro tempo que é a fusão dos dois.Foi muito difícil escrever esse capítulo, não sabia como havia de fazê-lo. [Pausa.] Concordo consigo, os tempos misturam-se e há um outro tempo.
Quem está naquela cama, em Santa Maria, é o sr. António Antunes ou o Antoninho? Quem morre, quando se morre? O velho que vemos no hospital ou uma criança que já não existe mas que continua a ocupar o espaço da memória, a lembrar-se dos balões dos «Armazéns Victória Tudo Para a Mulher Moderna», de uma estrangeira loira que havia num hotel - ou de um trenó que tem escrito Rosebud?Ah! Não tinha reparado nisso.
Sabe qual é o seu balão, a sua estrangeira loira, o seu trenó?Não sei... [pausa]. Não tinha pensado nisso. Sabe, o Orson Welles disse uma coisa que foi importante para mim: «Há duas coisas que nunca filmo: pessoas a fazerem amor e pessoas a rezarem.» Não há uma descrição de sexo num livro meu. [Pausa.] Esse filme [Citizen Kane] é um milagre. Um milagre. A gente fica com aquela inveja saudável. E, ao mesmo tempo, com orgulho. Um grande artista devolve-nos uma imensa dignidade. Eu vejo sempre o concerto de ano novo, com música do Strauss, e comovo-me até às lágrimas. É uma tal vitória sobre a morte, a música do Strauss... É preciso acreditar nas pessoas. As pessoas são tão mais ricas do que elas mesmo pensam. Nós parecemos viúvas pobres: vivemos em duas assoalhadas com serventia de cozinha. E procuramos a porta em paredes que sabemos que não têm porta, e temos medo de abrir as janelas. E, depois, há assim uns cabrões, como o Strauss, que fazem isto por nós.
Há um livro da Susan Sontag (A Doença e as Suas Metáforas) em que ela diz que a antiga ideia romântica que tínhamos da tuberculose, segundo a qual a doença era provocada pelo caráter do doente, subsiste hoje, mas agora em relação ao cancro. Que a vítima é, ao menos em parte, culpada. Sentiu isso?Isso é tão verdade que eu tinha vergonha. Por exemplo, eu podia pagar menos IRS se invocasse o cancro, e fui incapaz de o fazer. Tinha vergonha. Era uma inferioridade minha. Só pensava: que diferente que isto é da guerra. Porque, na guerra, há uma coisa que está fora de mim e eu posso dar-lhe um tiro. Aqui, não posso fazer nada. Lembro-me de, quando estava a fazer radioterapia, dizer: «Morre, morre, filho da puta.» Insultava o cancro. [Risos.]
É como diz no livro? «Pode ter-se um cancro e estar alegre, ora essa» (pág. 19). Se calhar, nem há outra maneira.Eu, infelizmente, não sou uma pessoa feliz nem alegre. Tenho dois ou três amigos que são, e tenho uma inveja imensa deles. Primeiro, porque pertenço à classe dos eternos culpabilizados. Culpado de tudo. E, depois, às vezes, penso: porque é que a gente sofre tanto? E sofrer por nadas.
Logo no início do livro, diz-se: «que terrível e cómica, a morte» (pág. 14). O facto de ser cómica faz com que seja ainda terrível ou torna-a menor aos nossos olhos e por isso mais fácil de enfrentar?Ó Ricardo, não sei, ainda não morri. Mas a gente não pode levar a morte a sério. Há que aceitar a morte como a impostora que é. Uma vez perguntaram ao Hemingway o que é que ele achava da morte, e ele disse: «Outra puta.» E venceu-a. Ele dizia: um homem pode ser destruído, mas não pode ser vencido. [Pausa.] Tinha razão, não tinha?"
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Just The Way You Are
Cada vez penso mais que vivemos perdidos no meio de paixoes e confundimos muitas vezes paixoes com amores... amores à primeira vista acredito que existam, simplesmente sao raros.... hoje ouvi um casal indiano que teve um casamento combinado e a quem foi perguntado se se amavam e a resposta deles foi que vão aprendendo a conviver um com o outro e que com o tempo vão acabar por conhecer tudo sobre o outro e vão amar-se... é impressionante como nos que vivemos no ocidente vivemos muitas vezes em agonia das paixoes que chegam e vão e poucos têm a sorte de se amar verdadeiramente, e este casal que nem apaixonado estava explicou de forma relativamente clara o modo como no oriente os casamentos combinados conseguem resultar, ok pode parecer para nos como um negocio, e muitos podem resultar porque as mulheres nao têm idependencia economica e sao obrigadas a viver com os maridos ou entao nao é permitido o divorcio, mas se calhar em parte eles têm razão numa coisa, as pessoas sao educadas no sentido de investirem tudo para que o casamento resulte, com o objectivo de que, com o tempo, venham a amar-se.... nao estou a dizer que concordo, porque sinto-me um ser humano de paixões, apenas acho que nós acabamos por viver tão perdidos nas paixoes que quando o amor verdadeiro chega, nao nos damos ao trabalho muitas vezes para fazer com que resulte.... somos mais egoistas nesse aspecto... e mais desistentes se é que poderei dizer assim... nao lutamos e se calhar por isso... cerca de 60% dos casamentos no mundo sao combinados ... não so porque muitos dos paises orientais têm o habito de combinar casamentos, mas porque se calhar perceberam que as paixoes sao optimas nao nos levam muito longe e geram muita flutuaçao emocional, e no oriente, sendo paises que apostam no equilibrio atraves da religiao ou actividades (yoga, tai chi, etc) encontraram a melhor forma possivel para conseguirem o equilibrio emocional... terá sido isso? ou apenas uma questao cultural que nao necessita de explicaçao??nao sei, da que pensar..... em todo o caso achei que esta musica estaria adequada ao tema....
(Tyler Ward Ft. AHMIR) - Acoustic Cover
sábado, 30 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
chocolate heaven
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Quadruple Chocolate Loaf Cake.... para receber com energia positiva o que ai vem
Cake:
1 2/3 cups all-purpose flour
1/2 teaspoon baking soda
1/2 cup cocoa
1 1/3 cups sugar
1 1/2 sticks soft unsalted butter
2 eggs
1 tablespoon good-quality vanilla extract
1/3 cup sour cream
1/2 cup boiling water
1 cup semisweet chocolate chips or morsels
Syrup:
1 teaspoon cocoa
1/2 cup water
1/2 cup sugar
1-ounce dark chocolate (from a thick bar if possible), cut into splinters of varying thickness, for garnish
Special equipment: 2-pound loaf tin (approximately 9 1/2 by 4 1/2 by 3 inches deep), lined with greased foil, pressed into the corners and with some overhang at the top. Alternatively, substitute a silicon loaf tin, no foil lining necessary.
Directions
Take whatever you need out of the refrigerator so that all ingredients can come room temperature.
Preheat the oven to 325 degrees F, putting in a baking sheet as you do so.
Put the flour, baking soda, cocoa, sugar, butter, eggs, vanilla, and sour cream into the processor and blitz until a smooth, satiny brown batter. Scrape down with a rubber spatula and process again while pouring the boiling water down the funnel. Switch it off, then remove the lid and the well-scraped double-bladed knife and, still using your rubber spatula, stir in the chocolate chips or morsels.
Scrape and pour the batter into the prepared loaf tin and put into the oven, cooking for about 1 hour. When ready, the loaf will be risen and split down the middle and a cake-tester will pretty well come out clean.
Not long before the cake is due out of the oven (when it has had about 45 to 50 minutes), put the syrup ingredients of cocoa, water and sugar into a small saucepan and boil for about 5 minutes, to give a thick syrup.
Take the cake out of the oven and sit it on a cooling rack, still in the tin, and pierce here and there with a cake tester. Pour the syrup over the cake.
Let the cake become completely cold and then slip out of its tin, removing the foil as you do so. Sit on an oblong or other plate. Sprinkle the chocolate splinters over the top of the sticky surface of the cake
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Comi e Orei
terça-feira, 19 de outubro de 2010
vai uma bolachinha?
1 cup white sugar
1/2 cup unsalted butter, softened
3 egg yolks
2 tablespoons milk
2 cups plain flour
1/2 teaspoon baking powder
1/2 teaspoon salt
2 teaspoon cinnamon
In another bowl, combine flour, cinammon, baking powder and salt. Stir into wet ingredients until well blended.
Wrap dough and chill for at least 2 hrs.
Preheat oven to 175.C.
On a slightly floured surface, roll dough into 1/4 inch thickness. Cut out cookies using a cookie cutter.
Place cookies 1 inch apart on a cookie sheet. Bake for 10-12 min, until brown.
lições de Anatomia ....
vai uma francesinha?
viver... é como o skydiving
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
hoje sonhei contigo.....
just be you
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
porque ha alturas na vida....
porque ha alturas na vida em que tomamos as escolhas certas e em outras alturas as escolhas mais erradas que poderiamos tomar.... o amor nao chega para resolver quando o problema é maior que o amor.... temos que saber dizer quando chega.... o amor nao cura tudo... e infelizmente mesmo quando as coisas correm bem,.... o amor continua a nao ser suficiente para manter duas pessoas unidas-..... é a vida ja dizia a minha avo
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
viver em paz com o presente através do ioga
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Pare com as desculpas
Dedicado a todas as pessoas que acordam mal humoradas de manha e que na verdade têm muito nas suas vidas para agradecer, simplesmente estão tão concentrados no pontinho negro que vêem na tela branca que nao aproveitam o resto da "tela"
sábado, 25 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
nada vou mudar....
Eu sei, que ele não está a ouvirEstá longe, é o que estou a sentirE parece inalcançável
Para eleTudo é só diversão (She's serious)Faz-me sempre ver a razão (She's always in a rush and interrupted)Like he doesn't even care (Like she doesn't even care)
Tu, MeWe're face to faceBut we don't see eye to eye
Como da terra ao ar (Like Fire and Rain)Nunca iremos voar (You can drive me insane)But I can't stay mad at you for anything.Como Venus e Marte (We're Venus and Mars)Dois mundos à parte (like different stars)But You're the harmony to every song I singAnd I wouldn't change a thing.
She's always trying to save the dayJust wanna let my music playShe's all or nothingBut my feeling's never change
Ele tenta ler o meu pensamento (I try to read her mind)Fazes de tudo para me arrasar (She tries to pick a fight to get attention)That's what all of my friends say
Tu, MeWe're face to faceBut we don't see eye to eye
Como da terra ao ar (Like Fire and Rain)Nunca iremos voar (You can drive me insane)But I can't stay mad at you for anythingComo Venus e Marte (We're Venus and Mars)Dois mundos à parte (We're like different stars)But You're the harmony to every song I singAnd I wouldn't change a thing.
When I'm yes she's noQuando eu toco ele não está
We're perfectly in perfectBut I wouldn't change a thing, no
Como da terra ao ar (Like Fire and Rain)Nunca iremos voar (You can drive me insane)But I can't stay mad at you for anythingComo Venus e Marte (We're Venus and Mars)Dois mundos à parte (We're like different stars)But you're the harmony to every song I singAnd I wouldn't change a thing.
But I can't stay mad for anything
Como da terra ao ar (We're Venus and Mars)Nunca iremos voar (We're like different stars)But You're the harmony to every song I singAnd I wouldn't change, wouldn't change a thing